Mortes em acidentes com motos sobem 21,6% nas rodovias federais do Paraná

De janeiro a abril de 2025, número de óbitos e feridos em acidentes com motocicletas cresce, acendendo alerta para uso responsável do modal e os altos custos sociais

·
Atualizado há 3 semanas

Acidente com óbito do motociclista ocorrido na BR-376 em Palmeira. (Foto: PRF).

De janeiro até 28 de abril de 2025, o número de acidentes com motocicletas nas rodovias federais do Paraná aumentou significativamente. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram registrados 833 acidentes envolvendo esse tipo de veículo no estado, um aumento de 6% em comparação com os 785 casos do mesmo período em 2024.

O número de feridos também subiu, ando de 907 para 962 vítimas — alta de 6,1%. No entanto, o dado mais alarmante é o crescimento no total de mortes: 45 pessoas perderam a vida em acidentes com motocicletas neste ano, contra 37 no ano ado. O aumento representa uma elevação de 21,6% na letalidade desses acidentes.

As motocicletas seguem entre os modais mais vulneráveis no trânsito. A combinação entre alta exposição do condutor e comportamentos de risco — como excesso de velocidade, ultraagens indevidas e ausência de equipamentos de proteção — contribui diretamente para a gravidade dos sinistros.

Além da tragédia humana, os acidentes com motos geram elevados custos para a sociedade brasileira. O impacto atinge o Sistema Único de Saúde (SUS), a economia e a Previdência Social. Estimativas apontam que os acidentes de trânsito consomem entre 3% e 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em países de renda média como o Brasil, sendo que as motos estão envolvidas em cerca de 60% dessas ocorrências.

No Paraná, quase 40% dos 2.296 acidentes registrados nas rodovias federais em 2025 envolveram motocicletas. Os efeitos econômicos vão além dos custos médicos: incluem também afastamentos do trabalho, aposentadorias por invalidez e pensões por morte. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), somente em 2014, os acidentes em rodovias federais geraram um custo social de R$ 12,8 bilhões — dos quais 62% estavam relacionados às vítimas.

A PRF reforça a necessidade de um comportamento mais seguro por parte dos motociclistas. O excesso de velocidade é apontado como o principal fator de risco. Um caso emblemático ocorreu no início de abril, quando um homem de 40 anos morreu após colidir com outra moto na BR-277, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele já havia sido advertido pela PRF sobre os perigos da velocidade excessiva.

Outro ponto de atenção é a prática do chamado “corredor”, quando motociclistas trafegam entre os veículos. Em 2025, 10 das mortes ocorreram nesse tipo de situação, geralmente envolvendo colisões traseiras durante mudanças de faixa.

A PRF alerta para a urgência de ações de conscientização e fiscalização, visando reduzir a violência no trânsito e os impactos humanos e econômicos dos acidentes com motocicletas.

Fique sempre atualizado

Entre no nosso grupo do WhatsApp e siga nosso perfil no Instagram para não perder nenhuma notícia!