A prefeita de Major Vieira, Aline Ruthes (PSD), anunciou, nesta quarta-feira, 19, a nomeação de seu marido, Everson Spagnollo, para o cargo de secretário de Finanças e Tributação do município. A decisão foi formalizada por meio de uma portaria publicada no Diário Oficial do município, e Spagnollo já assumiu a pasta imediatamente após a publicação.
Ruthes justificou a escolha do marido para o cargo, destacando sua experiência de quase 30 anos na área de contabilidade.
“Precisamos de uma contabilidade redonda, certa. Hoje não conseguimos ter isso. Já perdemos muitos recursos por falta de certidão. Por isso, escolhi um técnico com vasta experiência”, afirmou a prefeita em entrevista ao portal ND Mais.
Everson Spagnollo tem agens por diversas prefeituras, incluindo Abelardo Luz e Canoinhas, onde ocupou cargos de secretaria.
Em Canoinhas, sua agem foi controversa, pois ele ficou no cargo por apenas 24 horas, após ser exonerado pela prefeita Juliana Maciel (PL) em janeiro de 2025.
Sua nomeação gerou polêmica devido a uma suspeita de desvio de cerca de R$ 65 mil dos cofres da Prefeitura de Abelardo Luz, em 2001. Segundo o Tribunal de Contas do Estado, uma auditoria apontou que Spagnollo teria retirado recursos diretamente da conta da prefeitura, mas ele alegou que o valor foi devolvido com juros e correção monetária no mesmo ano.
Em sua defesa, Spagnollo negou qualquer irregularidade, afirmando que já não prestava mais serviços à prefeitura quando o suposto desvio ocorreu. “Estou com a consciência tranquila. Apresentei todas as certidões necessárias e não tenho pendências com a Justiça”, declarou.
A nomeação gerou discussões sobre nepotismo, já que Spagnollo é cônjuge da prefeita. No entanto, Ruthes defendeu a decisão, alegando que a nomeação não configura nepotismo, pois o cargo não é de agente político e o marido possui formação em contabilidade, área diretamente relacionada às funções da pasta.
De acordo com a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), a nomeação de cônjuges para cargos em comissão pode ser questionada como nepotismo, a menos que haja qualificação técnica necessária e a conduta do nomeado seja adequada. A questão permanece em discussão, e a nomeação pode gerar novos desdobramentos jurídicos.