Mulheres são discriminadas no trabalho, segundo pesquisa

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Atualizado há 5 meses

Gilson Aguiar é Professor e Jornalista – formado em História, mestre em História e Sociedade, Especialista em Gestão de Pessoas – Colunista da CBN (Maringá, Cascavel e Ponta Grossa), Rádio Verde Vale, RUC FM, Rádio UP, TVUP e Portal GMC. Professor de Graduação e Pós-Graduação.

Tema desta terça-feira, 17:

Mulheres são discriminadas no trabalho, segundo pesquisa, no Sul do Brasil o problema é maior. O machismo se expressa nas relações de trabalho.

 

 

Mulheres no trabalho são discriminadas no Sul
Machismo está em todos os lugares

Sim, o preconceito não é algo separado das ações. Inclusive é nelas que se identifica o grau de preconceito que uma sociedade tem. E, em relação ao preconceito à mulher, o Brasil tem números significativos.
No Sul do Brasil estes números apresentam, em determinados aspectos, índices maiores. Um deles é em relação ao ambiente de trabalho. A questão de gênero não é um foco das empresas sulistas. Ainda mais quando se fala de inclusão, igualdade salarial e promoção.
Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com a Folha de São Paulo, mostra que os estados do Sul são os que menos têm políticas de inclusão da mulher dentro das empresas.
Um levantamento feito com 418 empresas com mais de cem funcionários, mostra que 29% delas tem alguma política de inclusão ou voltada à defesa da mulher dentro do ambiente de trabalho. Se observarmos os índices por estado, o Paraná tem o melhor desempenho, 29%, enquanto Santa Catarina e Rio Grande do Sul tem 25%.
Quando a questão são as mulheres negras, os índices sulistas são piores. No Paraná, apenas 22,4% das empresas apresentam políticas de inclusão e defesa da mulher negra, já, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul o índice é de 18%.
O que gera o preconceito como superá-lo?
Claro que você pode argumentar que há uma relação entre a atividade das empresas e a desigualdade de gênero, Ainda, em certas atividades o predomínio masculino é maior. Mas, em grande parte, o problema é o perfil de naturalização da figura masculina como determinante.
A imagem do homem provedor e da mulher complementando a renda ainda é um estigma a ser superado. Por isso, quando observamos os salários para atividades idênticas, feitas por homens e mulheres, fica mais claro. A média salarial de um homem no sul do Brasil é de R$ 4.100,00 a R$ 4.500,00, já, no caso das mulheres, é de R$ 2.337,00 a 2.700,00.
O ingresso e permanência das mulheres na base salarial é maior, em média, acima dos 2 anos e meio. Já, a figura masculina tende a ter uma melhora no ganho inicial após um ano e meio.
Falta respeito a mulher no trabalho e precisamos mudar esta condição. Não podemos compactuar com esta prática como se nada acontecesse. Ao mesmo tempo que a mobilização deve ser feita pelas entidades responsáveis, com políticas de inclusão nas empresas e respaldo e apoio do poder público, cada um de nós tem esta obrigação.
A vida no trabalho é coisa cotidiana, acontece a todo o momento os atos de preconceito. Também, acontecem, as oportunidades de lutarmos contra a marginalização, a violência, a discriminação da mulher. Por isso, não podemos nos isentar, devemos assumir nosso protagonismo na luta contra a violência e o preconceito, sempre, onde estivermos.