A edição de maio do Boletim Agropecuário, divulgado pelo Centro Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Cepa), revela um crescimento de 14% na produção total de feijão em Santa Catarina em abril. O feijão-carioca registrou valorização, enquanto o feijão-preto sofreu queda nos preços. O relatório também destaca produtividades históricas para milho e soja, apesar da redução nas exportações de arroz, que enfrenta queda de 44%, mesmo com safra recorde.
O alho apresenta qualidade elevada e preços estáveis, mesmo diante do alto volume de importações. O boletim, publicado mensalmente, reúne dados atualizados sobre produção, preços, clima e mercado, servindo como termômetro do agronegócio estadual.
Arroz: safra recorde e preços em queda
Em abril, o preço do arroz caiu 30,38%, com a saca de 50 kg avaliada em R$ 73,11. O aumento da oferta no Brasil e no Mercosul, impulsionado pelo clima favorável, e a menor competitividade externa explicam essa queda. Santa Catarina alcançou produtividade recorde de 8,73 toneladas por hectare, porém, as exportações recuaram 44%, totalizando US$ 733,99 mil entre janeiro e abril.
Feijão: produção em alta impulsionada pela primeira safra
Apesar da estiagem que afetou a segunda safra, a produção total de feijão deve crescer 14%, chegando a cerca de 129 mil toneladas. O feijão-preto teve queda de 15,35% no preço, enquanto o feijão-carioca valorizou 5,01%, refletindo a alta oferta da primeira safra nacional.
Trigo: preço em alta e semeadura começa lentamente
O preço do trigo aumentou 1,75% em abril, fechando a R$ 77,54 por saca de 60 kg, com alta anual real de 12,92%. A área plantada deve crescer 2% em 2025, com a semeadura iniciando de forma lenta e expectativa de maior ritmo nas próximas semanas.
Milho: produção cresce mais de 25%, mesmo com queda nos preços
Apesar da queda de preços em abril e início de maio, a produção de milho em Santa Catarina aumentou mais de 25%, atingindo um recorde histórico de produtividade, com 9,8 toneladas por hectare. Esse avanço gerou uma economia de R$ 115 milhões em custos de frete para a cadeia produtiva de suínos e aves.
Soja: leve alta em abril, mas preços já recuam em maio
Após quedas consecutivas, o preço da soja teve alta de 0,6% em abril, fechando a R$ 124,00 por saca. Entretanto, os primeiros dias de maio indicam nova queda, influenciada pela boa produção nacional e pela trégua na guerra comercial entre EUA e China. A produtividade média deve atingir 4.035 kg/ha, maior da série histórica.
Alho: qualidade e estabilidade nos preços
O preço do alho se manteve estável em R$ 17,50/kg entre abril e maio. A safra apresenta boa qualidade e produtividade média de 10,96 toneladas por hectare. As importações brasileiras são altas, com destaque para China e Argentina.
Cebola: preços abaixo do custo de produção
Os preços da cebola permanecem abaixo do custo em Santa Catarina, afetando a rentabilidade. A menor oferta local elevou o preço no atacado em 5,03%. A safra 2024/25 registrou produção de 556,4 mil toneladas.
Bovinos: alta nos preços do boi gordo e de reposição
Os preços do boi gordo subiram 0,4% em maio, com valorização anual de 25,8%. Bezerros e novilhos também tiveram alta, devido à escassez de animais e mudanças no ciclo pecuário.
Suínos: exportações batem recorde no primeiro quadrimestre
Santa Catarina exportou 64,7 mil toneladas de carne suína em abril, um crescimento de 10,9% sobre março e 7,1% em relação a 2024. No acumulado do ano, o estado representa mais da metade do volume e das receitas brasileiras, registrando o melhor início de ano da série histórica.
Frango: aumento nas exportações e receitas recordes
A exportação de carne de frango atingiu 108,3 mil toneladas em abril, com aumento de 4,3% em relação ao ano anterior. As receitas do setor alcançaram US$ 229,7 milhões, consolidando o melhor desempenho financeiro já registrado no período.
Leite: crescimento expressivo nas exportações e tendência de queda no preço ao produtor
As exportações de lácteos cresceram 389% em abril, porém o preço médio ao produtor deve recuar devido ao excesso de oferta. O rebanho leiteiro do estado cresceu, especialmente na Mesorregião Oeste.
