
O especialista da Fiocruz explica que a pessoa infectada pelo Plasmodium vivax pode transmitir a malária já no primeiro dia após a infecção. Já quem contrai o Plasmodium falciparum só desenvolverá a forma infecciosa do protozoário após cerca de sete dias da contaminação.
“Se tratarmos rapidamente a malária, impedimos que a pessoa infectada transmita o parasita para novos mosquitos. Mas, se o diagnóstico não for feito a tempo e não forem realizadas ações de bloqueio de transmissão na região onde a pessoa foi infectada, há o risco de novos surtos ou até da reimplantação da doença em locais onde ela já havia sido eliminada”, alerta.
Atualmente, os serviços de saúde dispõem de medicamentos eficazes para o tratamento da malária e testes rápidos de diagnóstico, que podem ser feitos com apenas uma gota de sangue, interrompendo a cadeia de transmissão. No entanto, um grande desafio desponta no horizonte: as mudanças climáticas.
“Eliminamos a malária muito mais rapidamente na Europa e na América do Norte, também porque o mosquito transmissor e o próprio Plasmodium são mais sensíveis ao clima temperado. Se a temperatura global continuar aumentando, podemos enfrentar a reimplantação da malária em áreas onde ela já havia sido erradicada. Além disso, as alterações climáticas podem facilitar o desenvolvimento e a transmissão da doença em regiões onde ela ainda persiste, pois as novas condições ambientais dificultam o controle do mosquito”, ressalta o especialista.