Existem pessoas que nascendo e crescendo numa mesma cidade, fazem sua vida e deixam-na reconhecidas na história. Entre essas pessoas falo aqui do amigo e companheiro do Lions Clube de União da Vitória, Renato Ruschel.
Filho de Leopoldo Ruschel e Olinda Maria Ruschel, nasceu em Porto União no dia 4 de novembro de 1935. Sendo o terceiro dos cinco filhos do casal, deles recebeu os ensinamentos do bem e, católico praticante, quando menino serviu como sacristão ajudando os sacerdotes nas cerimônias religiosas da Igreja Matriz Nossa Senhora das Vitórias.

Fez as primeiras letras no antigo Grupo Escolar Professor Balduino Cardoso onde concluiu o curso Primário, adquirindo a base intelectual que lhe serviu para iniciar-se na vida profissional. Nos ídos de cinquenta, quando o número de alfaiates comemorava num dia especial a confraternização, Renato era incluído no rol de estilista e mestre dos fazedores de ternos.

O amor chegou em sua vida com Roseline, moça com quem contrairia matrimônio em 13 de maio de 1955 e formariam uma bela e bem constituída família de três filhos: Berenice, Leopoldo e Alberto, que lhes deram os netos Marcelo, Carolina, Rodrigo, Heloisa, Eduardo e Lara.

Em seu ateliê, na rua Santos Dumont, diariamente, Rose (como chamada) e Renato, sempre foram exemplo de companheirismo no trabalho e pela dedicação do amor que os unia.

Ao lado da esposa, embora seus outros afazeres, praticaram a solidariedade e com o lema de “Servir Sempre” ajudaram o próximo como membros do Lions Club de União da Vitória.

Por anos dedicaram-se ao trabalho do Clube. Escolhidos para a presidência e para outros cargos da diretoria e como membros, muitos foram os serviços realizados em projetos nos setores da higiene e saúde, ação social, educacional, cultural e cívico, nas cidades de União da Vitória e nos municípios da região.

Por ocasião da XXVIII Convenção do L-6 em Foz do Iguaçu, Renato teve a oportunidade de criar e apresentar o melhor uniforme de Lions por União da Vitória.

A criatividade do mestre alfaiate mais tarde, foi revelada também na arte da pintura. São inúmeras as exposições de artes plásticas, individuais e coletivas de suas obras, feitas sob encomenda a pedido de iradores ou a convite para exposições, com diferentes temas e técnicas, sempre muito apreciadas.

Seu conhecimento da História local, especialmene do patrimônio, levou-o a retratar muitas das construções já relegadas ao abandono e a demolição como a residência do Coronel Amazonas, antiga capelinha do bairro Tocos, Hotel Paraná e a primera estação ferroviária feita no São Cristovão.

Outras ainda preservadas como Patrimônio Histórico Cultural, a Casa da Família Amazonas no Bairro São Cristovão, segunda Estação Ferroviária abrangendo Porto União e União da Vitória.

Empenhou-se também a retratar paisagens que fazem parte da exploração civilizatória desta região com a chegada do Capitão Antonio Silveira Peixoto, Carroções como meio de transporte na época de 1940, Barca Magestosa que navegava pelo Iguaçu até Porto Vitória, Fogueira São Pedro de Tocos, alguns fatos do Contestado e de diferentes aspectos noturnos. Quando lhe perguntavam como aprendera a pintar, dizia ser um auto didata e o fazia pelo coração.

A dedicação e o carinho para com os filhos permitia ao casal deslocar-se de sua residência para encontrá-los nas festas natalinas e em período de férias. Tristemente, na última visita, receberam notícia sobre a saúde de Renato.
O acompanhamento de sua enfermidade pela família foi constante com o mútuo amor de esposo, filhos e netos.
Infelizmente, em 25 de março, rodeado por todos, nosso companheiro de Lions, o artista da tesoura e do pincel, o estilista e mestre da costura, o amigo das várias horas, prestativo sempre que chamado, partiu para uma nova vida.

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